sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

A Música Brasileira Deste Século Por Seus Autores e Intérpretes Vol. 8 CD 09: Orlando Silva (2003)

A Música Brasileira Deste Século Por Seus Autores e Intérpretes Vol. 8 CD 09: Orlando Silva (2003)


01- Chuvas de Verão
02- Lágrimas
03- A última estrofe
04- Chora cavaquinho
05- Céu moreno
06- Abre a janela
07- Carinhoso
08- Aos pés da cruz
09- A primeira vez
10- Sertaneja
11- Meu consolo é você
12- A jardineira
13- Mal-me-quer
14- A última canção
15- coqueiro verde
16- Súplica
17- Atire a primeira pedra
18- Nada além
19- Dá-me tuas mãos
20- Número um
21- Meu romance
22- Amigo leal
23- Desespero

Considerado o melhor dos grandes cantores da era do rádio - ao lado de Francisco Alves, Silvio Caldas e Carlos Galhardo -, Orlando Silva teve uma história de glórias e dramas. Seu período de auge durou relativamente pouco: apenas sete anos, de 1935 a 1942. Filho de um violonista e chorão amador, perdeu o pai aos 3 anos de idade, vitimado pela gripe espanhola. Por isso, teve que largar os estudos cedo para trabalhar. Aos 17 anos perdeu parte do pé esquerdo em um acidente de bonde, o que o obrigou a ficar quatro meses hospitalizado com dores horríveis, que só cediam com doses de morfina. Quando se recuperou voltou a trabalhar como cobrador numa linha de ônibus. Costumava cantar para os amigos e vizinhos até que um conhecido o apresentou ao cantor Luiz Barbosa, que o levou para a Rádio Cajuti. Um dia o violonista e compositor Bororó o ouviu e apresentou a Francisco Alves, que gostou do que ouviu. Passou a se apresentar em programas de rádio e em 35 gravou o primeiro disco. No ano seguinte participou de um filme e da inauguração da Rádio Nacional, onde passou a ter seu próprio programa. Foi numa temporada em São Paulo, em que cerca de 10 mil pessoas foram ouvi-lo, que surgiu o apelido "Cantor das Multidões". Em março de 1937 lança o que seria um de seus maiores sucessos: "Lábios que Beijei" (J. Cascata/ L. Azevedo), com o inovador arranjo de cordas feito pelo maestro Radamés Gnattali. Orlando fez também as primeiras gravações de "Carinhoso" (Pixinguinha/ J. de Barro) e "Rosa" (Pixinguinha/ Otávio de Souza). Os sucessos não paravam, e a vendagem dos discos continuava aumentando sempre: "Nada Além" (Custódio Mesquita/ Mário Lago), "Dá-me Tuas Mãos" (Roberto Martins/ M. Lago), "Boêmio" (Ataulfo Alves/ J. Pereira/ O. Portella), "Juramento Falso" (J. Cascata/ Leonel Azevedo), "Deusa do Cassino" (Newton Teixeira/ Torres Homem), "Por Quanto Tempo Ainda" (Joubert de Carvalho), "Naná" (Custódio Mesquita/ Jardel/ Geysa Bôscoli), "Abre a Janela" (Roberto Roberti/ Arlindo Marques Jr), "Curare" (Bororó), "Alegria" (Assis Valente/ Durval Maia), "Aos Pés da Cruz" (Marino Pinto/ José Gonçalves), "A Primeira Vez" (Bide/ Marçal), "Dama do Cabaré" (Noel Rosa). Por volta de 1940 a carreira de Orlando Silva, então no auge da fama, entrou em declínio. Começou a fazer uso freqüente de morfina, tornando-se dependente químico e tendo crises de abstinência quando não podia usar a droga. Em 1942 passou alguns meses afastado dos estúdios, em parte por causa de um problema dentário, em parte porque estava se internando para livrar-se da morfina. Tentando livrar-se de uma dependência, acabou também vitimado por outra, o alcoolismo. Suas cordas vocais não resistiram ao álcool e à morfina, e quando Orlando voltou ao estúdios já não era o mesmo. Entre maio e novembro de 1942, tudo mudou na vida do Cantor das Multidões. Rescindiu seus contratos com a gravadora RCA e mais tarde com a Rádio Nacional, em 1945. Depois disso, o cantor ensaiou diversas "voltas", prosseguindo na carreira com alguns sucessos até o ocaso, apesar de cultuado com devoção por discípulos que vão de João Gilberto a Caetano Veloso.

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