sábado, 19 de abril de 2014

Fagner - TRADUZIR-SE - 1981

Fagner - TRADUZIR-SE - 1981


1- Fanatismo (música de Raimundo Fagner em poema de Florbela Espanca)
2- Años (Pablo Milanés)
3- Verde (Manzanita/García Lorca)
4- Trianera (Raimundo Fagner/Fausto Nilo)
5- La Saeta (Joan Manuel Serrat/Antonio Machado)
6- Flor do Algodão (Manassés/Raimundo Fagner)
7- Málaga (Ricardo Pachon/Rafael Alberti)
8- La Leyenda del Tiempo (Ricardo Pachon/Garcia Lorca)
9- Traduzir-se (música de Raimundo Fagner sobre o poema de Ferreira Gullar)

A vontade de gravar em espanhol vem desde 1976, mas o sonho de Raimundo Fagner em figurar entre os grandes nomes da música latina vem desde a infância. Um sonho de menino, acalentado ouvindo ao pé do rádio os sucessos de Eydie Gormé, Trio Los Panchos e Joselito. Mas foi o convite inusitado de ir trabalhar na Espanha o álbum ‘‘CORAZON ALADO’’ que proporcionou o surgimento do ‘‘TRADUZIR-SE’’, o oitavo disco solo de Raimundo Fagner. Nada estava previsto. Existia apenas a idéia de uma maior aproximação com os músicos e artistas. O primeiro contato direto de Fagner com músicos espanhóis surgiu ainda em 1973, durante uma viagem à Europa. A experiência resultou num ótimo relacionamento com os guitarristas Pepe de la Matrona e Pedro Soler, com quem Fagner dividiu os palcos de Paris.
     ''TRADUZIR-SE'' tornou-se um marco na carreira de Fagner. O álbum lançado em toda a Europa e América Latina, recebeu Disco de Platina e atingiu rapidinho a marca de 250 mil exemplares vendidos somente no Brasil. Mas do que isso, o nome de Raimundo Fagner virou referência obrigatória no mercado latino competindo lado a lado com Roberto Carlos, até então, um dos maiores vendedores de discos da CBS latina.
     O álbum ‘‘TRADUZIR-SE’’(CBS, No. 138.238) é composto por nove faixas: Fanatismo, música de Raimundo Fagner em poema de Florbela Espanca, retirado do ‘‘Livro de Sóror Saudade’’, de 1923; Años, do compositor cubano Pablo Milanés; Verde, de José Ortega Heredia, o Manzanita - e García Lorca; Trianera, de Raimundo Fagner e Fausto Nilo; La Saeta, de Joan Manuel Serrat e Antonio Machado (uma canção bem antiga gravada por Serrat em 1969); Flor do Algodão, de Manassés e Raimundo Fagner; Málaga, de Ricardo Pachon e Rafael Alberti; La Leyenda del Tiempo, de Ricardo Pachon e Garcia Lorca; e a regravação de Traduzir-se, música de Raimundo Fagner sobre o poema de Ferreira Gullar (extraído do livro (''Vertigem do Dia'', anteriormente registrada no disco ''ROMANCE POPULAR'', de Nara Leão.
     Gravado em Madri, no Stúdio Eurosonic, durante os meses de junho e julho de 1981, coube a Raimundo Fagner na realização do projeto a criação, produção, tradução dos textos para o português e todos os arranjos de base. Entre os músicos convidados estão Manassés, Fernando Falcão, Osias, Kitflous, José Boto, Robertinho de Recife, Paulo César, Antonio Quintano, Laudir de Oliveira, Oberdan Magalhães, Paulinho Braga, Barrozinho, Rubens Dantas, Jorge Pardo, Pepe Loeches, Antonio Moreno, Henrique Mechor, Manzanita, e no coro gitano Carme e Marta Heredia. Um disco enriquecido de presenças marcantes como Joan Manuel Serrat em La Saeta, Manzanita em Verde, Camarón de La Isla em La Leyenda del Tiempo, e Mercedes Sosa em Años.
     O ‘‘TRADUZIR-SE’’ foi, até então, um dos mais conceituados discos de Raimundo Fagner. O álbum ficou entre os mais procurados nas lojas e as faixas Años e Fanatismo foram tão bem executadas em todas as rádios do País que a Rede Globo não teve dúvida: concedeu ao artista um programa especial de sessenta minutos no horário nobre da emissora. ‘‘Especial Grandes Nomes: Raimundo Fagner Cândido Lopes’’.
     Era o dia 2 de outubro de 1981, uma sexta-feira, quando o programa entrou no ar. Em apenas uma hora, o artista Raimundo Fagner passou em revista toda a sua trajetória na música brasileira ao lado de ilustres convidados: Nara Leão (com quem dividiu os versos de Penas do Tiê), com Cauby Peixoto, que para ele ‘‘é um artista incomparável, uma pessoa maior’’, fez Tortura; com Zizi Possi veio a oportunidade de se ouvir Meio-dia, uma canção inédita na voz de Raimundo Fagner. Era visível a emoção de Mercedes Sosa ao dividir com Raimundo Fagner os versos de Calma Violência e Años; a mesma emoção que contagiou os músicos Henrique de Mechor em Trianera e Manzanita em Verde. Raimundo Fagner ainda recheou o especial com os clássicos As Rosas Não Falam, Mucuripe, Sinal Fechado, Riacho do Navio, Bom Vaqueiro, Fanatismo e Traduzir-se.
     Em tempo: o baiano Jorge Amado fez a abertura do programa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário