segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Chico Buarque - Construção - 1971

Chico Buarque - Construção - 1971


1. "Deus Lhe Pague"   Chico Buarque 3:19
2. "Cotidiano"   Chico Buarque 2:49
3. "Desalento"   C. Buarque, Vinicius de Moraes 2:48
4. "Construção"   Chico Buarque 6:24
5. "Cordão"   Chico Buarque 2:31
6. "Olha Maria (Amparo)"   C. Buarque, V. de Moraes, Tom Jobim 3:56
7. "Samba de Orly"   C. Buarque, Toquinho, V. de Moraes 2:40
8. "Valsinha"   C. Buarque, V. de Moraes 2:00
9. "Minha História"   Lucio Dalla, Paola Pallotino; versão de C. Buarque 3:01
10. "Acalanto"   Chico Buarque 1:38

Construção é um disco do cantor e compositor brasileiro Chico Buarque, lançado em 1971 e composto em períodos entre o exílio de Chico na Itália e sua volta ao Brasil. Liricamente, o álbum é carregado de críticas ao regime militar vigente, principalmente no que concerne à censura imposta pelo governo ("Cordão") e pelo estado indigno no qual as condições individuais se encontravam no país ("Construção"), além de algumas canções mais clássicas e pessoais ("Valsinha" e "Minha História (Gesú Bambino)").
O disco marca o aguçamento da vertente crítica da poética do autor. Se antes ele harmonizava Bossa Nova com composições veladamente críticas à ditadura brasileira, em "Construção" o cantor mostrou-se mais ousado - como indica os versos iniciais de "Deus lhe Pague", faixa que abre o LP ("Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir"). Em "Samba de Orly", parceria com Toquinho e Vinicius de Moraes, Chico canta abertamente sobre o exílio - o que fez com que a canção fosse parcialmente censurada. A faixa-título é uma crítica sobre um homem que trabalhou arduamente até sua morte. Não faltaram também o lirismo característico do artista, como demostrado em "Olha Maria" e "Valsinha". O álbum conta com arranjos de Magro, então integrante do grupo MPB-4, e do maestro Rogério Duprat.

Ficha Técnica

Participações especiais:
MPB-4 - vozes nas faixas 1, 3, 4, 7 e 9.
Tom Jobim - piano em "Olha Maria (Amparo)"
Trio Mocotó - percussão em ¨Samba de Orly ¨
Toquinho - violão em ¨Samba de Orly

Recepção e crítica

Construção teve grande sucesso comercial. Nas primeiras semanas após seu lançamento, o LP chegou a ter uma demanda de 10.000 discos por dia, o que levou a Philips a contratar duas gravadoras concorrentes para prensá-los, além de obrigar o trabalho em turnos de 24 horas por dia durante quase dois meses. Até então, a gravadora nunca havia vendido tantos discos em tão pouco tempo - 140 mil cópias nas primeiras quatro semanas.
Construção foi considerado um marco na música brasileira e na carreira do cantor. Em 1972, uma reportagem da revista revista Realidade elogiava o álbum, considerado "o melhor disco feito nos últimos vinte anos no Brasil" , que "devolvia a Chico o sucesso de 'A Banda'" e o colocava como "nosso artista mais importante, na luta que se travava contra o 'som importado'".
Na década de 2000, o LP foi eleito em uma lista da versão brasilieira da revista Rolling Stone como o terceiro melhor disco brasileiro de todos os tempos.  O álbum também se encontra no livro "1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer", feito por jornalistas e críticos de música internacionalmente reconhecidos.
Em 2012, após votação online feita pelo jornal Estadão, o álbum foi eleito o sexto melhor álbum de todos os tempos.

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