segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Chico Buarque - Chico canta - 1973

Chico Buarque - Chico canta - 1973


1. "Prólogo"   Chico Buarque / Ruy Guerra 2:52
2. "Cala a Boca, Bárbara"   Chico Buarque / Ruy Guerra 4:15
3. "Tatuagem"   Chico Buarque / Ruy Guerra 2:50
4. "Ana de Amsterdam"   Chico Buarque / Ruy Guerra 2:30
5. "Bárbara"   Chico Buarque / Ruy Guerra 2:49
6. "Não Existe Pecado ao Sul do Equador" / "Boi Voador Não Pode"   Chico Buarque / Ruy Guerra 3:57
7. "Fado Tropical"   Chico Buarque / Ruy Guerra 4:11
8. "Tira as Mãos de Mim"   Chico Buarque / Ruy Guerra 2:30
9. "Cobra de Vidro"   Chico Buarque / Ruy Guerra 1:30
10. "Vence na Vida Quem Diz Sim"   Chico Buarque / Ruy Guerra 1:57
11. "Fortaleza"   Chico Buarque / Ruy Guerra 0:52


Chico Canta (originalmente lançado como Calabar) é um álbum do músico brasileiro Chico Buarque lançado no ano de 1973.

O disco conta com arranjos do músico Edu Lobo e é a trilha sonora da peça Calabar: o Elogio da Traição, de Chico Buarque e do poeta moçambicano Ruy Guerra. O conceito da peça e do disco baseia-se na história de Domingos Calabar, personagem histórico que se aliara aos holandeses contra os portugueses na época do Brasil Holandês.
O nome do disco, a princípio, seria Chico Buarque Canta Calabar, nome que logo foi vetado devido à sigla CCC e sua relação com a organização Comando de Caça aos Comunistas.
Sua primeira tiragem – que seria retirada das lojas por ordem do Regime Militar poucos dias após o lançamento – tinha o título de Calabar e apresentava como capa o nome da peça na parede de um muro.
O trabalho ainda seria lançado pouco tempo depois com uma capa branca, apenas com o nome do cantor, sem qualquer publicidade, obtendo vendagens tímidas. Em virtude de tal fato, a gravadora Philips lançou no ano posterior uma nova e definitiva capa com o rosto do cantor e um novo título, Chico Canta.
O álbum, assim como a peça teatral, teve diversos trechos censurados. Na visão da Censura, Chico (que possui ascendência neerlandesa) e Ruy apresentaram um trabalho provocativo, simpático à colonização batava contra o domínio colonial português, e que, metaforicamente, poderia incitar os brasileiros a se revoltarem contra a ditadura militar dominante no país à época.
Para Chico, Calabar poderia remeter de certa forma a Carlos Lamarca, capitão que em 1969 desertara do Exército Brasileiro e engessara as trincheiras guerrilheiras contra a Ditadura Militar.
Duas canções tiveram as letras integralmente proibidas, “Ana de Amsterdam” e “Vence na Vida Quem Diz Sim”, de modo que acabaram sendo lançadas apenas em seus arranjos instrumentais. “Barbára” teve cortada a frase (“no poço escuro de nós duas”), por abordar uma relação de lesbianismo. “Não Existe Pecado...” teve a frase ("Vamos fazer um pecado safado debaixo do meu cobertor") substituída por ("Vamos fazer um pecado rasgado, suado, a todo vapor").
Na canção “Fado Tropical”, que possui um trecho declamado por Ruy Guerra, a frase (“além da sífilis é claro”) foi excluída, ao aludir ao “sangue português” de um dos personagens da peça.
Musicalmente, o disco apresenta um vigoroso trabalho de arranjos por Edu Lobo, com a inclusão de novidades como sintetizadores, guitarra elétrica e cordas, e o lançamento de algumas das melhores canções do repertório de Chico Buarque como “Ana de Amsterdam”, “Cala a Boca, Bárbara” e “Não Existe Pecado ao Sul do Equador” (esta última regravada em 1978 pelo cantor Ney Matogrosso para o tema de abertura da telenovela “Pecado Rasgado” da TV Globo).

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