Legião Urbana - Legião Urbana (1985)
1. "Será" (D. Villa-Lobos/M. Bonfá /R. Russo) 2:30
2. "A Dança" (D. Villa-Lobos/M. Bonfá/R. Russo/R. Rocha) 4:01
3. "Petróleo do Futuro" (D. Villa-Lobos/R. Russo) 3:02
4. "Ainda É Cedo" (D. Villa-Lobos/I. Ouro Preto/M. Bonfá/R. Russo) 3:57
5. "Perdidos no Espaço" (D. Villa-Lobos/M. Bonfá/R. Russo) 2:57
6. "Geração Coca-Cola" (R. Russo) 2:22
7. "O Reggae" (R. Russo/M. Bonfá) 3:33
8. "Baader-Meinhof Blues" (D. Villa-Lobos; M. Bonfá; R. Russo) 3:27
9. "Soldados" (M. Bonfá/R. Russo) 4:50
10. "Teorema" (D. Villa-Lobos/M. Bonfá/R. Russo) 3:06
11. "Por Enquanto" (R. Russo) 3:16
Legião Urbana é o primeiro álbum da banda brasileira de rock homônima, lançado em janeiro de 1985. "Será", "Geração Coca-Cola" e "Ainda É Cedo" puxaram a boa vendagem do disco e se tornaram alguns dos grandes sucessos da rádio brasileira. Os desenhos do encarte foram feitos pelo baterista Marcelo Bonfá.
Este álbum entrou na lista dos 100 maiores discos da música brasileira pela Rolling Stone Brasil.1 chegando a 40° lugar.
Formação
Renato Russo - voz, violão e teclados
Dado Villa-Lobos - guitarras e violão
Renato Rocha - contrabaixo
Marcelo Bonfá - bateria e percussão
Sobre o álbum
Janeiro de 1985 foi o mês do rock no Brasil. O mês do Rock in Rio. Pela televisão, a Legião Urbana via os amigos paralâmicos apresentarem “Química” para um público estimado em 200 mil pessoas, mais todos os milhões que assistiam aquilo em casa como eles. Naquele mesmo mês, a gravadora EMI Odeon lançava o álbum Legião Urbana, o primeiro da turma de Brasília e aquilo era só o começo.
Atropelado pela ressaca Rock in Rio, o primeiro disco da Legião demorou a chegar aos ouvidos do grande público e a emplacar. Isso começou a virar em junho de 1985, quando “Será”, a primeira faixa do álbum, chegou às radios. Quem colocasse aquela bolachinha para tocar na vitrola, ouviria logo uma chamada na caixa da bateria e um riff direto de guitarra abrindo o disco. As linhas de cada instrumento eram simples e claras. A voz de Renato também já dizia a que vinha nos primeiros versos: “Tire suas mãos de mim/ eu não pertenço a você”. Era uma relação amorosa tensa, com um olhar de angústia e mais intimista do que o que existia até ali no rock brasileiro. Um sentimento extremamente pessoal, mas num discurso que o tornava coletivo e universal: “Nos perderemos entre monstros da nossa própria criação/ Serão noites inteiras/ Talvez por medo da escuridão/ Ficaremos acordados/ Imaginando alguma solução/ Pra que esse nosso egoísmo/ Não destrua o nosso coração”. Depois, o refrão com ares quase filosóficos: “Será só imaginação?/ será que nada vai acontecer?/ será que é tudo isso em vão?/ será que vamos conseguir vencer?”. Era uma letra angustiada e, ao mesmo tempo, esperançosa. Ficava fácil perceber que outros tempos se abriam no rock nacional.
O disco seguia com letras fortes e postura punk. Não era o rock sorridente feito no Rio de Janeiro e que estava na moda. Era o outro lado de uma mesma moeda, sendo que esse era mais poético e vigoroso. Havia uma série de novas referências culturais que provocavam identificação imediata com aquela geração que crescera jogando “Space Invaders”. “Geração Coca-Cola” era outra, que de tão direta virou hino. Impacto imediato, com letra sem metáforas, recado direto e andamento acelerado. Ou seja, nada a ver com o que faziam os “grandes nomes” da música brasileira naquele momento. “É tudo velho… A gente quer fazer coisa nova”, dizia Renato Russo. E era isso que eles faziam.
Faixas como “Ainda é cedo” e “Por enquanto” virariam standards da música brasileira, cruzando gêneros e vozes de forma a não deixar dúvidas sobre a força do repertório do primeiro álbum da Legião Urbana. Depois de 25 anos, já foram mais de 500 mil cópias vendidas, cerca de 100 mil só naquele primeiro ano. O terreno estava aberto para a história.
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