segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Legião Urbana - V (1991)

Legião Urbana - V (1991)



1. "Love Song" ((Letra: Nuno Fernandes Torneol, século XIII / Música: Dado Villa-Lobos, Renato Russo e Marcelo Bonfá)) 1:18
2. "Metal Contra as Nuvens"   11:28
3. "A Ordem dos Templários"   4:26
4. "A Montanha Mágica"   7:48
5. "O Teatro dos Vampiros"   3:37
6. "Sereníssima"   4:01
7. "Vento no Litoral"   6:06
8. "O Mundo Anda Tão Complicado"   3:45
9. "L'âge D'or"   5:06
10. "Come Share My Life" ((Música tradicional do folclore americano / Arranjo de Dado Villa-Lobos, Renato Russo e Marcelo Bonfá)) 2:02

V é o quinto álbum da banda brasileira de rock Legião Urbana, lançado em 1991.
O álbum reflete duas situações: a crise econômica causada pelo então Plano Collor e a dependência química do vocalista da banda, Renato Russo. Em 1990, o cantor descobriu ser portador do vírus da AIDS, assim como Cazuza, que foi homenageado por Russo no disco anterior com a canção Feedback Song For a Dying Friend. Porém, ao contrário do ex-vocalista do Barão Vermelho, Renato nunca assumiu em público a doença.
Suas canções são marcadas por influências sombrias e medievais: a primeira faixa, Love Song, é uma cantiga de amor em português arcaico, composta no século XIII por Nuno Fernandes Torneol. O clima soturno prossegue pela canção Metal Contra as Nuvens, dividida em quatro partes, com 11 minutos e 28 segundos (sendo assim a música de duração mais longa da banda); e pelo instrumental A Ordem dos Templários, que inclui a peça Douce Dame Jolie, de Guillaume de Machaut, do século XIV. Renato Russo o considerava o Pornography da Legião Urbana.
A dependência química é retratada na canção A Montanha Mágica. A crise econômica da época, por sua vez, serviu de temática para O Teatro dos Vampiros, um dos principais sucessos do disco (que teve a introdução adaptada da peça Canon de Johann Pachelbel).
Em contraponto ao clima sombrio das primeiras faixas de V, se destacam canções mais alegres, como Sereníssima, L'Âge D'or (a mais pesada) e O Mundo Anda Tão Complicado (onde Renato versa sobre o cotidiano); e românticas, como Vento no Litoral (mais tarde regravada por Cássia Eller). O disco termina com Come Share My Life, uma canção tradicional do folclore estadunidense.
Em comparação ao anterior, As Quatro Estações, teve uma vendagem bem inferior, com 700 mil cópias (pouco menos da metade do disco anterior). Sua turnê foi a mais curta da banda, iniciada em Julho de 1992 e interrompida em fins de Setembro do mesmo ano, devido à situação insustentável das crises alcoólicas de Renato Russo.

Formação

Renato Russo: voz, violão e teclados
Dado Villa-Lobos: guitarras e violões
Marcelo Bonfá: bateria e percussão
Bruno Araújo: contrabaixo

Curiosidades

Este álbum, segundo alguns críticos, é classificado como rock progressivo. Tal tese pode ser confirmada em uma declaração de Renato Russo em uma entrevista ao indagado sobre como seria o disco: "Ih, tem umas coisas medievais, uns instrumentais. O primeiro lado é uma viagem. Vão dizer assim: 'Legião repete fórmula e lança disco progressivo (risos)...'".1
Este disco, ao contrário dos outros, não teve nenhum videoclipe (os dois últimos, A Tempestade e Uma Outra Estação, também não apresentaram clipes). Ao invés disso, a banda aceitou o convite da MTV para gravar, em janeiro de 1992, seu Acústico MTV. Algumas canções saíram no disco Música para Acampamentos, de 1992, e o especial saiu em CD em 1999.
Segundo Renato Russo, no Acústico MTV, a música "Teatro dos Vampiros" deveria falar sobre a TV.
Ainda no mesmo Acústico MTV, Renato declarou ter descoberto depois que a cidade italiana de Veneza era conhecida como Sereníssima, não tendo portanto relação proposital da cidade com a música.
A citação sobre cavalos-marinhos na música "Vento no Litoral" provavelmente se refere a fidelidade do casal de cavalos-marinhos, pois acreditava-se que eles ficam juntos por toda a vida. Pesquisas recentes da Faculdade de Veterinária da Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha, demonstram que nem sempre isso acontece.2 . A citação também pode referir-se a localização de cavalos-marinhos no mar, geralmente no fundo do mar. Desta forma, subentende-se que o personagem da canção tenha cometido suicídio, por causa do seu amor perdido. Tambem pode ser uma citação a paternidade, algumas opiniões dizem que na verdade a canção é dirigida ao filho do poeta. Na verdade, o cavalo-marinho é um símbolo de aceito como identificação do homossexual do gênero masculino por ser o único animal na natureza onde quem "engravida" é o macho.
A Montanha Mágica também é o nome de um livro escrito por Thomas Mann em 1924, embora não haja comprovações de uma relação entre as duas obras. Também de um livro de Mann, Tônio Kroeger, é a frase citada em Sereníssima: "Tenho um sorriso bobo, parecido com soluço".
L'âge d'Or é também o título de um filme surrealista de 1930 dirigido pelo cineasta franco-espanhol naturalizado mexicano Luis Buñuel e co-dirigido pelo pintor espanhol Salvador Dalí, embora este último não apareça creditado.
Foi o primeiro álbum gravado fora dos estúdios da gravadora EMI (foi gravado nos Estúdios Mega do Rio de Janeiro). Por conta disso, a sonoridade tornou-se mais clara e mais forte.
Renato Russo considerava esse disco o Pornography da Legião Urbana, fazendo uma alusão ao clássico do The Cure.

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