quinta-feira, 19 de março de 2015

Altamiro Carrilho - ALTAMIRO CARRILHO E SUA FLAUTA AZUL - 1957

Altamiro Carrilho -  ALTAMIRO CARRILHO E SUA FLAUTA AZUL - 1957




1. Urubu-rei     (Altamiro Carrilho)     Choro
2. Quem É Bom Já Nasce Feito     (Altamiro Carrilho / Ari Duarte)     Choro
3. Zig-zag     (Altamiro Carrilho)     Choro
4. Dona Flauta no Baião     (Altamiro Carrilho)     Baião
5. Atraente     (Altamiro Carrilho)     Choro
6. Vida Apertada     (Altamiro Carrilho)     Choro
7. Lyra     (Altamiro Carrilho)     Valsa
8. Polca Brasileira     (Altamiro Carrilho / Ari Duarte)     Polca
 
"Diante das grandes creações, poupadas sejam as palavras - diz uma acertada sentença.
Apresentando características acentuadamente brasileiras, aqui temos Altamiro Carrilho, um dos maiorees flautistas do Brasil presente. E ao ouvi-lo, um pensamento de saudadenos empolga a todos: - a lembrança do gande Patapio Silva. Modêlo bm acabado de devoção foi buscar Altamiro no saudoso mestre, os ensinamentos necessários à sua dificil arte e profissão.
Longo sria, bem se adivinha, analizar as variadas interpretações e a maravilhosa sonoridade que o magnífico artista tira de seu instrumento; por isso deixemo-lo aqui, para de um salto irmos ao seu encontro, na ocasião em que apresenta ao seu grande público o seu primeito Long Play na Continental.
Ao fragor da critica, a sedução da sua propaganda, a Continental apresenta mais êste trabalho.
Leve-se à conta do seu alto crédito mais um serviço prestado aos discófilos de todo o Brasil.
O resto é como Altamiro diz numa de suas creações: "Quem é bom, já nasce feito".

Marino Pinto

Vida e Obra

  Altamiro Carrilho nasceu na cidade de Santo Antonio de Pádua (RJ), em 21 de dezembro de 1924.
Por influência da família de sua mãe, aos cinco anos de idade brincava com uma flauta de bambu,
feita por ele. Aos onze anos, já integrava a Banda Lira Árion, tocando tarol.

   Em 1940 mudou-se com a família para Niterói (RJ), onde trabalhava como farmacêutico e à noite
estudava música com o seu amigo e incentivador Joaquim Fernandes, flautista amador.

   Altamiro não perdia nenhum programa dos grandes flautistas da época, Dante Santoro e Benedito
Lacerda. Com uma flauta de segunda mão, inscreveu-se no programa de calouros de Ari Barroso,
conquistando o primeiro lugar. Ainda muito moço, pela sua incrível facilidade de improvisar, com seu
estilo muito pessoal e cheio de bossa, foi convidado a integrar conjuntos famosos como os de César
Moreno, Canhoto e Rogério Guimarães.

   Estreou em disco em 1943, participando da gravação de um 78 rpm de Moreira da Silva, na Odeon.
Em 1949, gravou o seu primeiro disco, na Star, "Flauteando na Chacrinha". Formou seu primeiro
conjunto em 1950, para tocar na Rádio Guanabara, onde permaneceu até maio de 1951, quando foi
convidado a integrar o Regional do Canhoto, substituindo Benedito Lacerda. Em 1955, formou a
Bandinha de Altamiro Carrilho, quando gravou o seu maxixe Rio Antigo que fez grande sucesso,
chegando a vender 960.000 cópias em apenas seis meses! De 1956 a 1958, a bandinha ganhou
grande prestígio e popularidade com o seu programa Em Tempo de Música na TV Tupi.

   Tornou-se conhecido internacionalmente na década de 60, quando apresentou-se em diversos
países, dentre eles: Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Egito, México, Estados Unidos
e União Soviética. "Um dos maiores e mais afinados solistas do mundo" foi o elogio que Altamiro
Carrilho recebeu de Boris Trisno, quando esteve na União Soviética por três meses. O sucesso
no exterior foi tanto, que chegou a ficar um ano no México, onde foi passar uma temporada de
apenas vinte dias. A partir da década de 1970, tornou-se um dos flautistas mais requisitados, como
solista e como acompanhante.

   Em novembro de 1972 apresentou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro o Concerto em Sol de Mozart,
sendo muito elogiado pela crítica especializada. Foi convidado pela Orquestra Sinfônica de Porto Alegre
para participar de um programa de Concertos onde, sob a regência do Maestro Julio Medaglia, executou
o ConcertoNº2 em Ré Maior KV 314 de Mozart, tendo a idéia de colocar nas cadências pequenos trechos
de músicas de grandes compositores populares brasileiros, tais como Pixinguinha e Ernesto Nazareth.
Tal fato causou enorme impacto no público e principalmente nos membros da orquestra, sendo
aplaudido de pé durante dez minutos. Em 1987, Altamiro Carrilho acompanhou Elizete Cardoso em
sua tournée pelo Japão.

   Seu disco "Clássicos em Choro" foi premiado com o Troféu Villa-Lobos, como melhor disco
instrumental, tendo recebido também Disco de Ouro pelo seu trabalho "Clássicos em Choros Nº 2".
Ganhou o Prêmio Sharp de 1997 como melhor CD instrumental, com o seu "Flauta Maravilhosa".
Recebeu em 1998, das mãos do então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, uma
Comenda especial, a Ordem do Mérito Cultural, em reconhecimento ao seu talento e sua incansável
luta em prol da Música Brasileira. Ganhou o Titulo de Cidadão Carioca concedido pela Câmara dos
Deputados. Em 2003, Altamiro recebeu a Comenda da Ordem do Mérito Cultural da Magistratura
pelos serviços prestados à cultura brasileira.

   Compositor de versatilidade extraordinária, compôs cerca de 200 músicas dos mais variados
ritmos e estilos. Com 60 anos de carreira, tem mais de 100 gravações em discos, fitas e CDs.

   Atualmente apresenta-se com seu conjunto de choro por diversas cidades brasileiras, em um
show alegre e descontraído, em que conta algumas histórias da música popular brasileira, também
incluindo em seu repertório arranjos de música clássica em ritmos brasileiros. Apresenta-se ainda,
com orquestras sinfônicas por todo o território nacional e internacional, exercitando assim o seu
ado erudito.

   É um gênio vivo e um grande exemplo de perseverança, amor pelo instrumento e à música – dom
de Deus, que lhe permite transmitir ao público: alegria e amor.

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