segunda-feira, 18 de julho de 2011

Silas de Oliveira - Biografia


Silas de Oliveira

Silas Oliveira de Assumpção
4/10/1916 Rio de Janeiro, RJ
20/5/1972 Rio de Janeiro, RJ




Compositor.
Nasceu no subúrbio de Madureira.
Filho do professor e pastor protestante José Mário de Assumpção e de Jordalina de Oliveira de Assumpção, moradores da Rua Guaxima, em Vaz Lobo.
Foi professor e trabalhou na escola fundada por seu pai, "Colégio Assumpção", na Avenida Marechal Rangel, número 553, hoje Avenida Edgard Romero. O nome da escola foi dado em homenagem a um político muito popular na época, benfeitor daquela área.
Faleceu enquanto apresentava dois de seus mais famosos sambas-enredo no Clube ASA, em Botafogo, bairro do Rio de Janeiro, em roda de samba promovida pelo também compositor Mauro Duarte. Foi velado na Associação de Escolas de Samba. Na ocasião do enterro, o presidente da Portela, Natal da Portela (Natalino José do Nascimento), sugeriu que fosse cantado seu samba "Heróis da Liberdade", que passou a ser executado em funerais de sambistas.
Seu nome foi dado a principal rua da favela do Morro da Serrinha: "Rua Compositor Silas de Oliveira", no morro que divide os subúrbios de Vaz Lobo e Madureira.

Dados Artísticos

Escondido de seu pai, freqüentava as rodas de samba e de jongo ao lado de Rufino, Mestre Fuleiro, Olímpio Navalhada, Aniceto do Império e Mano Elóy, este último pai-de-santo e jongueiro respeitado.
Em 1934, compôs com Mano Décio da Viola o primeiro samba, "Meu grande amor". Mano Décio o levou para a escola de samba Prazer da Serrinha, que posteriormente se tornaria o Grêmio Recreativo e Escola de Samba Império Serrano. Começou tocando tamborim e passou a ser diretor de bateria. Seu primeiro samba para escola foi "Sagrado amor" (c/ Manula).
Na década de 1940, corrigia os erros nas letras dos sambas que os compositores da escola mandavam para as pastoras aprender a cantar.
Com Mano Décio da Viola compôs o samba-enredo "Conferência de São Francisco", em 1945.
Em 23 de março de 1947, juntamente com Mano Décio da Viola, Fuleiro, Rufino, Sebastião de Oliveira e outros, fundou o Grêmio Recreativo e Escola de Samba Império Serrano. Aprendeu com o diretor de harmonia na época, Antônio dos Santos - O Mestre Fuleiro -, a tocar tamborão (versão grande do tamborim).
De 1950 até a sua morte, compôs 12 sambas-enredo para o Império Serrano, fazendo com que a escola obtivesse várias colocações com seus sambas: 1950, primeiro lugar com "Sessenta e um anos de República" (inspirado em Getúlio Vargas); 1953, segundo lugar com "O último baile da corte imperial"; 1955, primeiro lugar com "O caçador de esmeraldas".
Em 1955, teve a primeira música, "Rádio patrulha", gravada por Heleninha Costa, em 78 rpm, pela Copacabana.
Em 1957, em parceria com Mano Décio da Viola, obteve o segundo lugar com o samba-enredo "D. João VI".
Em 1956 e 1957, seu samba "Rádio patrulha" fez sucesso nos carnavais de rua.
No ano de 1960, o samba "Medalhas e brasões" dividiu o primeiro lugar com outros quatro sambas.
Obteve em 1964 o quarto lugar com o samba-enredo "Aquarela brasileira", sendo este o seu maior sucesso e um dos sambas mais executados de todos os tempos. No ano seguinte, tirou novamente o quarto lugar com "Os cinco bailes da corte" (c/ Dona Ivone Lara e Bacalhau). No mesmo ano, fez parte do grupo "Samba Autêntico".
Em 1966, com o samba "Exaltação à Bahia", em parceria com Joaci Santana, alcançou o terceiro lugar no desfile oficial. No ano seguinte, ainda de parceria com Joaci Santana, obteve o segundo lugar com o samba "São Paulo, chapadão da glória". Neste mesmo ano de 1967, Elizete Cardoso, no disco "Viva o samba!", lançado pela gravadora Copacabana, interpretou de sua autoria "Meu drama" (c/ Joaquim Laurindo).
Em 1968, o samba "Pernambuco, leão do norte" conseguiu o segundo lugar. Este samba, aliás, foi gravado nos Estúdios do MIS (Museu da Imagem e do Som), pelo próprio Silas de Oliveira no LP "As escolas cantam seus sambas de 1968 para a posteridade", sendo este o primeiro disco que reuniu todos os sambas das escolas num mesmo ano, produzido por Ricardo Cravo Albin para o MIS. Neste mesmo ano compôs com Walter Rosa o samba "Legados de Getúlio Vargas", para a peça "Dr. Getúlio, sua vida, sua glória", de Ferreira Gullar e Dias Gomes, encenada no Teatro Leopoldina em Porto Alegre, sob a direção de José Renato.
O ano de 1969 foi o último em que a escola desfilou com um samba seu, "Heróis da liberdade", gravado posteriormente por Elza Soares com sucesso.
Em 1990, no LP "Felicidade", Neguinho da Beija-Flor incluiu de sua autoria "Aquarela brasileira" e "Os cinco bailes da história do Rio" (c/ Ivone Lara e Bacalhau).
Entre seus intérpretes estão Roberto Ribeiro, Jorginho do Império e Elza Soares, além de seu parceiro mais constante, Mano Décio da Viola.
Em 1996, em CD lançado pelo selo Atração Fonográfica, o cantor Renato Braz interpretou de sua autoria "Meu drama", música em parceria com Joaquim Ilarindo.
No ano de 2002, Martinho da Vila incluiu "Heróis da liberdade" em seu novo disco "Voz e coração", lançado pela gravadora Sony Music. Neste mesmo ano, Dudu Nobre, no disco "Chegue mais" interpretou também "Meu drama".
Lançado no ano de 2011 pelo Selo Discobertas, do pesquisador Marcelo Fróes em convênio com o Selo ICCA (Instituto Cultural Cravo Albin), o box "100 Anos de Música popular Brasileira" é integrado por quatro CDs duplos, contendo oito LPs remasterizados. Inicialmente os discos foram lançados no ano de 1975, em coleção produzida pelo crítico musical e radialista Ricardo Cravo Albin a partir de seus programas radiofônicos "MPB 100 AO VIVO", com gravações ao vivo realizadas no auditório da Rádio MEC entre os anos de 1974 e 1975. Beth Carvalho participou do CD volume 7 regravando o samba "Heróis da liberdade" (Silas de Oliveira, Mano Décio da Viola e Manuel Ferreira).

Obra

  • A batida do chope
  • A carta de Getúlio (c/ Marcelino Ramos)
  • A lei do morro (c/ Antônio dos Santos)
  • A mulata do samba (c/ Quilo)
  • A outra face (c/ Manuel Ferreira)
  • Alô, alô, taí Carmen Miranda
  • Amor aventureiro (c/ Mano Décio da Viola)
  • Apoteose do samba (c/ Mano Décio da Viola)
  • Aquarela brasileira
  • Bandeirantes (c/ Mano Décio da Viola)
  • Berço do samba (c/ Edgar Cardoso Barbosa)
  • Boa-noite
  • Boa-noite, Praça Mauá
  • Calamidade
  • Ciência do samba (c/ Mano Décio da Viola)
  • Conferência de São Francisco (c/ Mano Décio da Viola)
  • Cruel paixão
  • D. João VI (c/ Mano Décio da Viola)
  • Desprezado (c/ Mano Décio da Viola)
  • Dora
  • Encontrei
  • Estou gamado
  • Exaltação à Bahia (c/ Mano Décio da Viola e Manuel Ferreira)
  • Exaltação a Duque de Caxias
  • Exaltação ao Império
  • Festa da Penha
  • Fica
  • Heróis da liberdade (c/ Mano Décio da Viola e Manuel Ferreira)
  • Império tocou reunir (c/ Mano Décio da Viola)
  • Lágrima (c/ Manuel Ferreira)
  • Legado de Getúlio Vargas (c/ Walter Rosa)
  • Luz da minha vida (c/ Edgar Cardoso Barbosa)
  • Me leva em teus braços
  • Medalhas e brasões (c/ Mano Décio da Viola)
  • Meu drama (c/ J. Larindo)
  • Meu grande amor (c/ Mano Décio da Viola)
  • Na água do rio (c/ Manuel Ferreira)
  • Nordeste, seu povo, seu canto, sua glória
  • O caçador de esmeraldas (c/ Mano Décio da Viola)
  • O guarani (c/ João Fabrício e Penteado)
  • O último baile da corte imperial (c/ Waldir Medeiros e João Fabrício)
  • Os cinco bailes da corte (c/ Dona Ivone Lara e Bacalhau)
  • Pernambuco, Leão do Norte
  • Popó papum (c/ Clóvis Scarpino)
  • Rádio patrulha (c/ J. Dias e Marcelino Ramos)
  • Sagrado amor (c/ Manula)
  • Samba de terreiro
  • São Paulo, chapadão da glória (c/ Joaci Santana)
  • Segura a conversa (c/ Mano Décio da Viola)
  • Sem perdão (c/ Manula)
  • Senhora tentação
  • Sessenta e um anos de República (c/ Mano Décio da Viola)
  • Toque de reunir
  • Tristeza no carnaval (c/ Mano Décio da Viola)
  • Volta (c/ Edgar Cardoso Barbosa)

Nenhum comentário:

Postar um comentário